Será tudo mentira

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“Inteligência Artificial” foi a “palavra” do ano (deveriam dizer termo, título, sei lá, mas tudo bem..), segundo eleição de outubro de 2023 feita pelo dicionário inglês Collins.

O tema da AI (do inglês Artificial Intelligence) tem sido muito debatido, seja pelas suas maravilhas e facilidades de adiantar tarefas ou seja pelos seus riscos.

Mais uma vez, diante de uma nova invenção, apocalípticos e integrados fazem suas críticas, defesas e lançam suas teses sobre o futuro. Tragédia? Comédia? Final dos tempos ou redenção?

Daqui, sem resposta e pedindo licença para um trocadilho infame, lembro de quem vive à margem disso tudo e não está nem aí para a AI.

Me refiro às pessoas que podem até ser usuários de produtos, sites e plataformas digitais, mas desconhecem como são manipulados pelos tentáculos do GAMAM (Google, Amazon, Meta – Facebook/Instagram/whastapp – e Microsoft) ou dos gigantes dessa nova indústria.

Pessoas com pouco letramento, baixo entendimento de texto, pretextos e contextos. Bagagem cultural mínima para compreender cenários e analisar informações e possibilidades.

A escrita foi criada há cerca de seis mil anos e ainda não a dominamos… Como diz o meme, “falta muito amor no mundo, mas também falta interpretação de texto”.

Agora, imagine uma campanha política eleitoral em um cenário desses? Com imagens e vozes de pessoas facilmente manipuláveis, politiqueiros, “marqueteiros” de ética reduzida, entre outros, podem facilmente (e literalmente) colocar palavras na boca dos outros, forjar imagens e… pintar o diabo em qualquer “santo” ou virse-versa.

Como as montagens terão qualidade de imagem e voz bem fidedignas, até alguém perceber ou provar não ser a realidade o estrago já estará feito.

Diante da burrice natural podemos passar por muitos linchamentos, no mundo virtual e no real.

O pior é que a curto prazo a gente não vê solução. Para minimizar os riscos precisamos de ações massivas em letramento digital. Um trabalho intenso em educomunicação. Isso leva tempo e, infelizmente, no momento, nem governos e nem sociedade demonstram grandes interesses.

A longo prazo, a exaustão das manipulação via inteligência artificial AI pode nos salvar ou nos aniquilar. Vamos desconfiar de todo e qualquer conteúdo digital (alô Rui Barbosa!).

De tanto ver triunfar e existir a manipulações, as pessoas deixarão de acreditar em qualquer mensagem em áudio e/ou vídeo vinda de celulares, sites ou de qualquer outro ambiente digital.

Será tudo mentira.

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