“Alienígenas” na cultura da Bahia 

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[Antes de iniciar o texto, deixo claro aos ilustres leitores que a pauta do mesmo é comunicação e não política cultural]

Dias desses o jornal Correio 24 Horas publicou uma matéria sob o título: ‘Alienígena’ na Cultura da Bahia: em manifesto, artistas detonam secretário de Jerônimo

No mesmo dia, o Secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, em atividade em Mucugê, no interior do estado, respondeu ao microfone e se referiu ao “jornal da família dos nossos adversários”. 

Talvez o fato do próprio secretário responder assim, possivelmente no calor da emoção, não fosse a resposta mais adequada. 

Nem sempre é fácil achar o melhor tom de resposta, bem sei. Afinal, quando se está vivendo a situação, no posto onde Bruno está,  as críticas sempre aparecem, das mais justas e sinceras às mais levianas. 

Política

No caso em tela, a matéria do Correio sobre um “alienígena da cultura”, vale também pontuar o teor político da situação. 

A política aí vai além do fato de Bruno exercer uma função pública.

Vale observar também a condição do jornal ser propriedade de uma família de políticos e até pelo teor político/eleitoral/sensacionalista do título: “… artistas detonam secretário de Jerônimo”. 

Sendo uma situação política, há de se considerar a disputa de narrativas e qual e sob qual viés seria possível comentar o ato em redes de apoio a Bruno. 

Penso que a “resposta” não necessariamente seria um ataque ou afronta. Antes, poderia ser um chamado à atenção para o caráter xenofóbico do título, talvez aludindo ao fato de Monteiro não ser nascido na Bahia. 

De tal modo, seria interessante se o partido, o seu setorial de cultura ou algum movimento cultural ligado ao mesmo, produzisse um post sobre.

A publicação teria o perfil de deixar claro que, apesar de som igual nas últimas sílabas, xenofobia e Bahia não rimam.

Postagem

A postagem poderia ser pensada a partir do briefing [para usar um termo “alienígena”] a seguir: 

Formato: Carrossel/ 13 cards.

Ambientação: apresentar discos voadores, de perfil cultural, chegando em diversos locais da Bahia. 

Cenários: locais facilmente reconhecidos como sendo na Bahia.

Primeiro plano: Foto, nome e origem de nascimento de figuras artísticas de renome no cenário cultural baiano (conforme descrição abaixo). 

Sequência: Os três primeiros cards apresentariam textos. Os seguintes, as imagens mencionadas acima. E o último, uma frase de fechamento, com a assinatura da entidade promotora. 

Card 1

Texto: Bahia, terra de acolhimento e pujança cultural. 

Cart 2 

Texto: É com a força dos baianos, nativos e do coração, que se faz a nossa cultura.

Card 3 

Texto: Bem aventurados sejam os “alienígenas” que chegam para somar.

Card 4

Texto: Carybé: Argentino-baiano

Card 5

Texto: Pierre Verger: Franco-baiano

Card 6 

Texto: Lina Bo: Itala-baiana

Card 7 

Texto: Ramiro Musotto: Argentino-baiano

Card 8

Texto: Mário Ulhoa: costa riquenho-baiano

Card 9 

Texto: Hansen Bahia: Alemão-baiano

Card 10 

Texto: Frans Krajcberg: Polônes-baiano

Card 11 

Texto: Vladmir Brichta: Mineiro-baiano

Card 12

Texto: Regina Casé: carioca-baiana

Card 13: 

Texto: Bahia não rima com xenofobia. 

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