A esposa de um rei é uma rainha. O marido da rainha, com um título menor, parece um chaveirinho.
Na sexta, 09, faleceu o príncipe Philip, também chamado de Duque de Edimburgo, mais conhecido como o marido da Rainha Elizabeth II.
Eu nunca fui de acompanhar notícias da família real. Fosse a britânica ou qualquer outra. Isso, claro, porque não aprovo a monarquia.
Não acredito que, pelo poder de Deus, por uma guerra ou um golpe de estado, etc, uma família e seus descendentes devam reinar sobre os humanos de um dado território. Sem falar das regalias, etc e tal.
The Crown
Apesar de não ser um monarquista, por uma curiosidade política sobre as entranhas de um regime monárquico/parlamentarista, resolvi assistir a série The Crow (Netflix).
Episódio, atrás de episódio, confesso ter me tornado um reles admirador da série.
Acho que fui fisgado, pois, apesar dos podres apresentados, criei alguma empatia para com a Majestade. Não à toa, para muitos, The Crown é propaganda da realeza.
A notícia da morte do príncipe me lembrou cenas de The Crown. Rememorei o papel do personagem Philip como conselheiro da soberana e suas estratégias para manter a realeza de pé.
“Vi duas monarquias cairem”, repetia o príncipe. Ele tinha experiência, afinal era herdeiro de uma monarquia europeia deposta.
Superioridade
Em um mundo pós-moderno, sem lastros para conto de fadas até mesmo dentro do Palácio de Buckingham, muitos estranham a longevidade da realeza britânica.
Outra curiosidade de tanta gente boa é: Porque, sendo marido da Rainha, Philip era chamado de príncipe ou duque e não Rei?
Um comentário em uma postagem do The Guardian, no Instagram, me apresentou uma justificativa.
Lá dizia mais ou menos assim: “Rei é um título superior. Como a soberana é Elizabeth II, ele não podia ser intitulado rei, pois estaria superior a ela”.
A gente sempre via, na série e na vida, o príncipe a um passo atrás da Rainha. O personagem da série até fez alguma queixa de sua condição de súdito, mesmo sendo marido.
A Rainha Elizabeth II e seu marido, Príncipe Philip – Foto: Banco de Imagens 500PX
Revanche
Li o comentário e pensei o quanto são machistas e arcaicos os protocolos da realeza. O Rei, que é um homem, seria sempre um ser superior a uma rainha, que é uma mulher.
No entanto, olha que interessante, quando na roda da história não tem um homem na linha direta de sucessão, uma mulher ascende ao trono e o seu marido é relegado a um título inferior.
A esposa de um rei é uma rainha. O marido da rainha, com um título menor, parece um chaveirinho.
Eis aí a revanche da mulherada diante do protocolo machista da realeza. É quase um matriarcado.
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Foto de destaque: Divulgação Netflix | Um passo atrás - Olivia Colman e Tobias Menzies vivem Rainha Elizabeth II e
Roberto Martins 
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