Eleições 2020: O Facebook pode privilegiar os fora da lei

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Diante de acusações e denúncias, sobretudo no pós eleições dos Estados Unidos em 2016, cresceu o olhar do mundo para o comportamento do Facebook em tempos eleitorais.

Agora em 2020, a empresa tem anunciado uma série de mudanças para evitar fraudes, responsabilizar anunciantes políticos, por possíveis anúncios indevidos, e identifica-los facilmente.

Estão sendo adotadas medidas como cadastrar anunciantes, confirmar identidade e apresentar anúncios sociais ou de política somente sob o selo de “propaganda eleitoral” ou “anúncio pago por”.

Com tais medidas, o Facebook sinaliza preocupação com o devido funcionamento da democracia e com a sua imagem.

No entanto, o próprio Facebook e a sua oferta do serviço pode, fatalmente, minar a sua perspectiva de oferecer credibilidade à sua plataforma e, pior, criar privilégios nas eleições 2020.

Suporte

Quem é social mídia e lida com o Suporte do Facebook sabe que ele está muito longe ser um exemplo de bom serviço. Com perdão do trocadilho, é preciso muita paciência para suportar o suporte deles.

Pra começar, eles sequer dispõem de um número de telefone para contato. O atendimento é iniciado por chat e segue via e-mail.

Quase sempre os atendentes não resolvem o problema, passam a bola para a análise de um “time interno” e este pode demorar dias para retornar. Além disso, muitas vezes, o atendimento começa com uma pessoa e passa para outra repentinamente, sem qualquer solução.

Assim, usuários anunciantes podem ficar sem conseguir anunciar à mercê dos constantes defeitos causados pelas soluções automáticas e sem sentido da própria plataforma.

O atendimento parece não ter sensibilidade com os problemas e demandas das pessoas, como se, aos olhos do Facebook, não existisse nada além do que o próprio Facebook.

Sofrimento

Tenho acompanhado de perto a “via crúcis” de um social mídia que, desde maio, tenta em vão configurar um gerenciador de negócios para anunciar no Facebook e Instagram nestas eleições.

Ele quer fazer tudo conforme as regras, mas não consegue por defeitos técnicos da plataforma e o suporte não revolve a questão. Já cansou de enviar vídeos, prints, documentos e declaração com firma reconhecida e o problema não é resolvido.

Este social mídia, que quer trabalhar dentro das regras, tenta anunciar pra o seu candidato e não consegue. Enquanto isso, já viu anúncios de um candidato adversário rodar sem qualquer selo como recomendado pelo Facebook.

“Privilégios”  

A continuar assim, por conta de seus defeitos técnicos, para os quais não apresenta resolução, podemos afirmar que, nas eleições 2020, o Facebook pode privilegiar quem não respeita as regras, os fora da lei.

Eles até apresentam formas de denunciar, em suas próprias plataformas, Facebook e Instagram, um anúncio indevido, mas quem leva fé em uma resolução rápida por parte do Facebook?

Agora, diante da pandemia, sem comício, sem caminhadas, sem aglomerações, as mídias sociais serão de grande de valia para os candidatos. Claro, para aqueles que conseguirem fazer anúncios.

O gigante Facebook tinha tudo pra fortalecer a democracia. No entanto, pela péssima qualidade do seu serviço, vai favorecer quem tiver a sorte (ou privilégio não sei) de não ser vítima de seus defeitos técnicos.

 

Image by Gerd Altmann from Pixabay

 

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