O Coronavírus não é boêmio

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O coronavírus não é boêmio

Quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu o alerta e as autoridades passaram a recomendar e trabalhar pelo isolamento social, foi um alvoroço.

Para a feira, fecha tudo.

Poucos dias depois, alguns começaram a duvidar do vírus, a questionar as formas de contaminação, a especular quais seriam os grupos de risco.

Daí, muitos voltaram às ruas.

Enquanto a ciência trabalha para descobrir vacina e cura em um mar de incertezas, o “achismo” navega em diagnósticos falsos e ilusórias soluções milagrosas.

Os fatos tentam dar seu testemunho. Pela TV, no rádio, nos portais da internet, a gente acompanha assustado o pit stop do mundo.

Nova York, o centro da economia mundial, está fechada. Comboio de caixões em uma cidade italiana, onde não há mais vaga no necrotério.

No Equador há corpos pelas ruas, a demanda cresceu exponencialmente e o serviço funerário já não dá conta. Hospitais começaram a lotar em São Paulo.

Apesar de todas essas notícias, para muitos, a ficha ainda não caiu. Não pararam para pensar na gravidade da situação.

Talvez a percepção só chegue quando a morte estiver perto. Quando morrer um parente, falecer um amigo ou o odor dos defuntos começar a se espalhar pela cidade.

O mal que acomete outros lugares do planeta agora pode chegar aqui logo mais. E pode chegar mais forte. Se a Covid-19 (a doença) nos pegar de jeito, será um Deus-nos-acuda. Nós não temos estruturas, nem as mínimas condições de cuidar de milhares de doentes ao mesmo tempo.

A ciência alerta que as primeiras semanas desse mês de abril são cruciais para o enfrentamento do SARS-COV-2 (o novo coronavírus) no Brasil. Para evitar o pico de proliferação e livrar muitas pessoas do padecimento, precisamos, mais do que nunca, do isolamento social.

Fique em casa! É o apelo.

No entanto, justamente neste momento chave, muitos empresários e comerciantes querem fazer o contrário. Eles pensam em voltar às atividades, ao menos pelo turno matutino, o que fatalmente vai estimular mais pessoas nas ruas.

Lamento informar senhoras e senhores. O vírus não é boêmio. Ele não vai sair no fim de tarde para tomar uma, entrar pela noite, varar a madrugada na farra e dormir durante toda a manhã, para vocês trabalharem sem a presença dele.

O coronavírus está a solta. A qualquer hora, em qualquer lugar. A pessoa pode ter o vírus sem manifestar sintoma algum. Transmiti-lo para outra pessoa sem ter noção disso. E, não se engane, ele tem grande poder letal.

Como alguém já falou: falido se recupera, falecido não.

Nestes dias cruciais, fique em casa. Estimule outros a ficar em casa. Por mais que sua vida vire um pandemônio, o que importa agora é fugir da pandemia.

Image by fernando zhiminaicela from Pixabay


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