Mesa coordenada pelo professor Nelson Pretto – Faced-UFBa
Depois do bate-papo, na quinta (08), no Palácio das Artes, e do show, na sexta (09), na Concha Acústica do TCA (Teatro Castro Alves), Tom Zé continuou em pauta na cidade da Bahia (Salvador).
O evento “80 anos de Tom Zé e 50 anos da Tropicália” aconteceu no auditório da Escola Politécnica da UFBA (Universidade Federal da Bahia), na noite desta segunda (12).
A atividade integrou a disciplina “Polêmicas Contemporâneas”, da Faculdade de Educação da UFBa), coordenada pelo professor Nelson Pretto.
Quando cheguei, falava Tuzé de Abreu, professor da EMUS (Escola de Música) UFBa. Perdi a fala do pesquisador Fernando Cerqueira. Tuzé contava como acompanhava a tropicália de Salvador, enquanto os tropicalistas estavam em São Paulo, revelando ter visto os festivais pela TV.
Interior – O poeta e compositor tropicalista José Carlos Capinan falou sobre a cena cultural da época. Ele, nascido em Entre Rios, destacou o fato de Salvador ter recebido muitas contribuições dos jovens oriundos de diversas regiões do interior do Estado.
Capinam rememorou a sua entrada no CPC (Centro Popular de Cultura), ligado ao Partido Comunista, onde conheceu muitos dos tropicalistas, e onde fez parceria com Tom Zé.
O professor Armando Almeida discorreu sobre a tropicália. Destacou o fato do Brasil, naquela época, viver o final de uma transição de rural para urbano. “O tropicalismo encarou de frente a indústria cultural”, disse.
Ele também comentou sobre artigos da época. Entre eles um de Caetano, no qual o santamarense abordou “a linha evolutiva da música popular brasileira”, e outro de Rogério Duarte, quando o designer defendia a necessidade da arte dialogar com o útil e o belo.
Tom Zé – Marle Macedo, cantora, arte educadora e conterrânea de Tom Zé, falou sobre a sua convivência com Tom na juventude. Relatou como Tom Zé e outros jovens de Irará iam à casa de seu pai, o músico Almiro Oliveira, para apreciar as tocatas lá realizadas.
No seu relato, Marle comentou sobre os reencontros e saraus daqueles jovens nas épocas dos festejos de Irará quando, então residentes fora para estudar, regressavam à cidade.
Destacou a genialidade, o talento e a sensibilidade estética de Tom Zé, já percebida desde jovem ainda em Irará.
Fez uma breve cronologia da carreira do artista, do encontro dele com David Byrne e das conversas dela com Tom Zé nesse período. Teceu comentários sobre o conceito do disco “Defeito de Fabricação”, acerca do trabalhador terceiro mundista que ousava ir além de condição de mão de obra barata ao qual tentava lhe impor, apresentando a música “Valsar”.
Widner – Tuzé de Abreu comentou ainda sobre o maestro suíço Ernst Widner, então professor na Emus – UFBa. Lembrou como o suíço falava e escrevia bem o português e se encantava com a cultura da Bahia.
De acordo comentou Marle Mecedo, o maestro chegava a viajar para cidades do interior do Estado só para conhecer sons da natureza e dos movimentos urbanos daqueles ambientes.
O professor Nelson Pretto destacou o papel então Universidade da Bahia, hoje Universidade Federal da Bahia (UFBa) no desenvolvimento cultural do estado.
Com intervenções da plateia, formada por estudantes, pesquisadores e entusiastas do tema da tropicália, o evento iniciado pouco depois das 19h seguiu até as 22hs.

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